Quando alguém me pergunta, porventura,
Quem me faz de outros tempos diferente,
Pensas tu que teu nome se murmura,
Que o exponho à ânsia voraz de toda a gente?
Não; digo apenas o seguinte: é pura,
Casta, simples, e meiga: é uma dolente,
Cauta rola de tímida candura,
Flor que menos se vê do que se sente.
Mimo de graças e de singeleza:
Clara estrela arrancada a um céu profundo:
Doce apoteose da Delicadeza...
Nesse ponto, de súbito, me calo;
E, sem dizer teu nome, todo mundo
Fica logo sabendo de quem falo!