Agoras!

Pense... Você já se arrependeu de em determinadas circunstâncias, não ter tomado atitudes que viessem, de alguma forma,
melhorar a sua vida?

Clarice Lispector, em sua crônica Aprendendo a Viver, sabiamente comenta que todos nós, quando fazemos exame de consciência, lembramo-nos de vários agoras que foram perdidos e que não voltaram mais. Que o arrependimento de ter tido, não ter sido, não ter feito, não ter aceito costuma ser doloroso e profundo.

Na realidade, o que nos impede, na maioria das vezes, de ter o que queremos, ser o que sonhamos, fazer o que pensamos e
aceitar com o coração é a ousadia que não cultivamos.

A ousadia, geralmente, é escrava do medo... Quantas vezes perdemos a oportunidade de ser felizes, pelo medo de ter a
ousadia de amar.

Medo de ousar porque o objeto do amor era mais bonito, mais rico, mais jovem, mais velho, mais culto, menos culto... e
aí... o tempo passou e o agora também... Quantas vezes perdemos a oportunidade de realizar um grande sonho, por não ter
a coragem de ousar, de arriscar, deixando para depois ou para mais tarde o que deveria ser naquele agora...

Quantas vezes não pronunciamos, no momento oportuno, as palavras que gostaríamos de dizer pelomedo de parecer ridículo
e imaturos...

Quantas vezes ?camos, porque temos medo de partir.

Quantas vezes dizemos baixinho o que, na realidade, gostaríamos de gritar...

Quantos agoras perdemos esquecendo que o riso pode ser a salvação de muitas alegrias de nossas vidas.

O medo que nos impede de ser ousados no agora, também está nos impedindo de ver a linda pessoa que podemos ser.

Terezinha Passos