Aprenda a desfrutar do sexo que não ousa se deixar nomear

clip_image001por Luciana Meireles
Lamber e chupar. Dois verbos inocentes, diretamente associados ao universo infantil sempre causaram um prazer tão intenso, que a coisa virou caso de polícia. Quer dizer, na época em que a história virou caso, não foi de polícia, e sim de sua entidade repressora correspondente, a Igreja. O sexo oral constitui uma das melhores formas de prazer que um membro do casal pode dar ao outro. Não é crime, não engorda, não incorre em multas ou impostos, e ao contrário do que a Igreja espalhou, não faz a língua cair. Ele é sem dúvida uma das armas mais poderosas contra a frigidez feminina, e contra a impotência de fundo fisiológico. E mesmo assim, por que a nossa cultura insiste em associar o sexo oral a uma prática "bestial" e ligada a tudo o que é "sujo", "errado"? Veja aqui: conselhos para burlar as restrições (você não vai se arrepender, acredite!).

Chupar e lamber: os verbos do prazer
Como jogo prévio para preparar a penetração, o sexo oral pode conduzir a um êxtase muito mais intenso do que uma relação sexual que se limite ao "trivial simples". Quem tentou (e conseguiu) sabe a diferença entre uma relação com sexo oral nas preliminares e uma relação sem. Alguns casais, no entanto, não cogitam que esta prática seja o caminho para algo melhor, principalmente por um pouco de nojo - para falarmos claramente. Na Antiguidade, os fluídos sexuais (que homens e mulheres produzem durante uma relação) eram considerados tão preciosos quanto o ouro dos alquimistas. Mas a Idade Média ocidental conseguiu criar uma cultura em que sentimos repulsa de tudo o que seja excessivamente livre de tabus, o que obviamente interfere na imagem que temos do sexo oral como grande fonte de prazer. Tudo porque - por ser uma das práticas que conduzem a um êxtase mais forte - a Inquisição condenou a prática: a ideia da Igreja era instaurar uma grande época de dor, e qualquer coisa que levasse a um intenso prazer era pecado grave. Principalmente o que era diretamente associado à Natureza. E como o sexo oral foi abstraído de uma das formas de cópula dos animais, a prática foi definitivamente associada ao demônio. Tanto que, na visão que a Igreja pintou, o sexo oral era uma das práticas "abomináveis" da abertura dos sabás, quando as bruxas se reuniam para festejar o direito ao prazer. Felizmente, os tempos mudaram, e o que acontece entre duas pessoas atraídas foge cada vez mais ao controle repressivo de qualquer ideia de pecado. E, caso você tenha o problema de não se sentir à vontade para experimentar o sexo oral, uma forma de fazer com que a prática se torne, aos poucos, uma coisa que não provoque nenhum tipo de repulsa, é recorrer aos mesmos métodos de sexo seguro, com que as propagandas anti-DSTs bombardeiam nosso cotidiano. Ou seja, se você tem alguma restrição ao sexo oral, mas quer experimenta-lo, a melhor alternativa é pratica-lo com o uso do preservativo. Isso é possível sem constrangimentos, tanto para homens quanto para mulheres - no caso destas com o uso da camisinha feminina, à venda em qualquer farmácia. O "aprender" a fazer sexo oral é coisa que não existe, embora os manuais pornô à venda nas bancas de revista jurem o contrário. Sexo oral, como qualquer prática sexual, é coisa que se aprende fazendo. Por este motivo, não podemos lhe oferecer um "manual" deste tipo de prazer, e sim algumas dicas básicas que servem para aprendizes e "mestres" na arte de chupar e lamber.

Como "acertar" no sexo oral
A "pista" mais indispensável para "acertar" ao praticar sexo oral e obter prazer, é aprender a ter delicadeza: a língua é só uma língua, e não uma extensão natural dos dentes! Para quem vai fazer sexo oral em uma mulher, é muito importante lembrar que o prazer feminino não é só na vagina, como muitos homens e mulheres pensam. Principalmente no caso de sexo oral, o "primeiro alvo" - antes de estender a prática para a vagina em si - deve ser o clitóris, que é o "detonador" do famoso Ponto G. Como você sabe, o clitóris é extremamente delicado, não é a toa que o órgão sexual feminino é associado - pelos artistas plásticos - a uma flor. E a sensação que o clitóris produz, ao ser tocado, pode ser um pouco desconfortável no início - mais ou menos como se ele fosse uma bolha que se formou após uma queimadura. Essa sensação vai se tornando prazerosa aos poucos. Daí você deduz o óbvio: ao fazer sexo oral com uma mulher, é preciso começar com muita "leveza" na língua e na boca, e só depois ir intensificando os movimentos e a força. Para quem vai fazer sexo oral em um homem, a mesma regra é válida: a glande ou cabeça do pênis, onde "começa" o sexo oral por assim dizer, é sempre delicada, é preciso toca-la com muito cuidado. Mas no caso de homens não-circuncisados a glande é ainda mais sensível quando exposta, e por isso deve-se redobrar a leveza do contato, do começo ao fim da prática. Deixe que o próprio homem lhe diga ou demonstre a partir de quando o ritmo e a intensidade devem ser mais fortes.